Serra critica estrangulamento de aeroportos
O governador de São Paulo, José Serra (PSDB) fez ontem críticas à atual situação dos aeroportos brasileiros, de responsabilidade do governo federal, e defendeu que estes possam ser controlados pela iniciativa privada, por meio de concessões, durante lançamento da Empresa Paulista de Turismo e Eventos, que trabalhará na promoção turística do Estado.
"A iniciativa privada tem interesse, nós fizemos um modelo para concessão, mas não foi aprovado pela Anac (Agência Nacional de aviação Civil). Isso podia já estar sendo feito há um ano, mas nós (Estados) não somos os titulares, somos concessionários. Isso precisa de um investimento massivo, que a iniciativa privada está totalmente disposta a fazer , porque são aeroportos economicamente sustentáveis", declarou Serra, que criticou ainda a atuação do governo federal na construção do Terminal 3, no aeroporto de Cumbica, em São Paulo, que terá capacidade para mais 4 milhões de passageiros e está previsto para abril de 2014, pouco antes da Copa do Mundo no Brasil: "Quero aqui, publicamente, manifestar minha preocupação com os aeroportos, um tremendo ponto de estrangulamento em São Paulo, não apenas para o turismo de lazer como o de negócios também. Nós estamos com um projeto para fazer o trem para Cumbica, e não anda, porque não temos garantias do Terminal 3, que é dada pelo governo federal".
Uma das principais atribuições da Empresa Paulista de Turismo e Eventos será a coordenação da participação de São Paulo na Copa do Mundo de 2014, no Brasil. Serra não se fez de rogado e chamou para si a paternidade tanto da criação da empresa quanto do Museu de Futebol, na capital: "A criação dessa empresa realmente foi ideia minha, para nós termos no estado de São Paulo um órgão que pudesse coordenar, organizar o setor de turismo de maneira mais concentrada. O Museu do Futebol, principal espaço turístico-cultural visitado em São Paulo, fui eu quem criei, quando prefeito de São Paulo, e o (Gilberto) Kassab (prefeito de São Paulo) deu seguimento". Usando uma alusão futebolística, Serra fez ainda críticas à política voltada para o turismo do atual governo do país: "O Brasil não tem sido um craque em turismo. O governo federal, quando apresenta estatísticas, mostra o crescimento do volume em dólares. Só que houve uma sobrevalorização cambial grande (nos últimos tempos). Se a gente pegar em reais, o número é constante, assim como o número de turistas, que do ano 2000 até hoje, é praticamente constante".
Para o governador de São Paulo, mudanças no setor passam por uma reavaliação da questão do câmbio, e cutucou mais uma vez o governo federal: "O câmbio hiper valorizado torna o turismo no Brasil caro. Política de turismo não se faz com números que não expressam nenhuma realidade boa, mas se apresentam como tais. Se faz com ação, investimentos".
Fonte: VALOR ECONÔMICO, via NOTIMP