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Senado convida Jobim para explicar operação





Presidente da Comissão de Relações Exteriores diz que não há dados precisos do processo

Rosa Costa, BRASÍLIA

A Comissão de Relações Exteriores do Senado aprovou ontem dois requerimentos convidando o ministro da Defesa, Nelson Jobim, para explicar a compra de aviões militares pelo governo brasileiro.

No seu requerimento, o presidente da comissão, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), afirma que não existem informações precisas sobre a escolha dos fabricantes, como aspectos técnicos e os preços das aeronaves. Segundo ele, a imprensa ora divulga a preferência da Força Aérea Brasileira (FAB) pelo modelo Gripen NG, da empresa sueca SAAB, ora informa a opção do governo pelos aviões de caça Rafale, da empresa francesa Dassault.

"Opção essa que tem causado constrangimento, ao se considerar que o relatório da área técnica aponta para outra direção", diz o senador tucano. "Daí porque a necessidade de relatar o processo de negociação para compra dessas aeronaves", justifica.

Já o senador Renato Casagrande (PSB-ES), defende a necessidade de discutir o andamento das negociações na compra dos aviões e a apresentação do relatório da Aeronáutica. Cabe ao ministro marcar a data da audiência. Na última entrevista em que falou sobre o assunto, Jobim disse que os procedimentos para compra dos aviões ainda estão em andamento no Ministério da Defesa.

CONSULTA

Ontem, o presidente da Frente Parlamentar de Defesa Nacional, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), sugeriu a Jobim que o Congresso Nacional seja consultado sobre a compra dos caças para a FAB.

"O ministro me disse que não há previsão constitucional que obrigue o governo a ouvir o Legislativo. No entanto, lhe disse que isso seria muito importante, mesmo que a Constituição não obrigue, e ele ficou de analisar a nossa demanda, que julgou legítima", relatou o presidente da frente parlamentar, em nota divulgada por sua assessoria.

Segundo Jungmann, Jobim negou que o governo tenha fechado a compra do caça francês Rafale. "Eu indaguei a ele se essa decisão (a favor do Rafale) tinha sido tomada. O ministro Jobim me respondeu que não. Disse que recebeu o relatório da FAB no último dia 6 (de janeiro) e que não tinha sequer enviado ao presidente da República".

O deputado afirmou que Lula deve ainda consultar o Conselho Nacional de Defesa sobre a compra.

Fonte: O ESTADO DE SÃO PAULO, via NOTIMP





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