Air France anuncia retomada de busca por caixas-pretas
Objetos são essenciais para a conclusão das investigações sobre o acidente que matou 228 pessoas em maio de 2009 O último relatório técnico indicou falhas nas sondas que medem a velocidade da aeronave, mas descartou que essa tenha sido a causa
ANA CAROLINA DANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PARIS
O avião, que fazia a rota Rio de Janeiro-Paris, caiu a cerca de 1.500 km de Recife, matando as 228 pessoas a bordo. Às 23h14 do dia 31 de maio, a aeronave emitiu uma mensagem automática de despressurização e pane elétrica.
Até o momento, as causas do acidente com o voo 447 são desconhecidas. O último relatório técnico, divulgado no dia 17 de dezembro, indicou falhas nas chamadas sondas pitot, que medem a velocidade das aeronaves em voo, mas descartou que o problema tenha sido a causa do acidente.
Nas buscas serão usados dois navios, o americano Anne Candies e o norueguês Seabed Worker, equipados com quatro sonares e dois ROVs, robôs submersíveis teleguiados remotamente, que podem descer a até 6.000 metros.
Os equipamentos serão transportados nos próximos dias ao navio Annie Candis, que se encontra no Golfo do México e que vai, em seguida, partir em direção ao Brasil, onde deve chegar entre duas e três semanas. O navio norueguês está atualmente no Atlântico, e a previsão é que chegue ao Brasil no início de março.
De acordo com o diretor do BEA, Jean-Paul Troadec, autoridades brasileiras não participarão diretamente das buscas. "Mas irão facilitar a preparação da operação, já que os investigadores terão que transitar por portos brasileiros."
A zona está situada a noroeste da última posição conhecida do avião antes do acidente, a cerca de 1,2 mil quilômetros da costa brasileira, e foi definida a partir da reconstituição da trajetória dos destroços que foram encontrados no oceano Atlântico.
A nova fase custará 10 milhões e será financiada em partes iguais pela Air France e pela Airbus, construtora do A330.
John Clemes, porta-voz da associação Entraide et Solidarité AF-447, que agrupa aproximadamente 60 famílias das vítimas do acidente, afirmou estar satisfeito com os meios que serão utilizados na nova fase, apesar de lamentar o atraso no início da operação.
Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO, via NOTIMP
